terça-feira, 27 de maio de 2008

RESENHA DO LIVRO DE ECLESIASTES


O livro de Eclesiastes é geralmente creditado ao rei Salomão filho de Davi. Ec 1.1 parece ser uma referência a Salomão: “Palavras do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém”. Alusões à sabedoria de Salomão (1.16), à riqueza (2.8), aos servos, aos prazeres (2.3), e sua atividades de empreendimento estão registrados no livro. Muitos indícios levam a crer que seu autor foi Salomão. Provavelmente escreveu Eclesiastes em sua velhice, bem antes de sua morte, revelando ao mundo um fato não registrado nas crônicas e nem nos livros do reis, o fato de ter se arrependido de seus pecados e ter-se voltado a Deus antes de sua morte.O livro tem como tema a busca por algo de valor verdadeiro nesta vida, de um sentido real para tudo o que se faz “debaixo do sol”, ou seja, todo trabalho, empreendimentos, tudo que se faz nessa existência para atingir a felicidade e o sentido para a vida é apenas vaidade, algo fugaz, transitório e aflição de espírito. Em Ec 1.2,3 o Pregador já experiente e maduro em relação à vida, discursa indagando: “Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades, tudo é vaidade!.Que proveito tem o homem de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol ?”. Isso mostra certo pessimismo em relação à busca de uma satisfação plena nos prazeres dessa vida. Seu otimismo surge quando descreve a ordem perfeita das coisas estabelecidas por Deus, e de como há tempo para tudo estabelecida por Ele em todo propósito debaixo do céu (Ec 3.1-14). Continua afirmando ser um dom de Deus tudo o que o homem consegue nesta vida para seu deleite, o que deve fazê-lo aproveitando o máximo possível dos prazeres terrenos, mas sabendo que um dia prestará contas a Deus pela forma como desfrutou de tudo nesta vida que esteve ao seu alcance (Ec 5.19 e 11.9). Em suas observações finais, Salomão se dirige aos jovens, porque queria, acima de tudo, que eles se beneficiassem dos seus erros.
Pode-se chegar a seguinte conclusão sobre o pensamento de Salomão em Eclesiastes: A juventude é um engano e ilusão, a vida adulta uma luta e a velhice um arrependimento. Poder, popularidade, prosperidade, prestígio e prazer em medida abundante e todos juntos não podem extinguir a sede ardente na alma do homem que só Deus pode satisfazer. O valor permanente de Eclesiastes está no fato em que comprova que só Deus pode satisfazer as necessidades mais profundas do coração do homem.Grandes e preciosas lições de vida são extraídas do Livro do Eclesiastes. Uma delas é de que não há satisfação plena e nem felicidade completa nesta vida transitória ou temporal, nunca o homem se fartará, sempre será escravo de sua própria cobiça (Ec 5.10). Os prazeres terrenos são ilusórios e passageiros, portanto o homem na sua breve existência deve aproveitar e gozar de todo fruto de seu trabalho com sabedoria e temor ao Senhor, sabendo que um dia há de prestar contas a Deus por tudo, e de que seu corpo voltará a ser pó, e seu espírito voltará a Deus que o criou (Ec 12. 7-14).

Bibliografia

João Ferreira.1995. Livro de Eclesiastes, edição contemporânea. Editora Vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

O homem busca aquilo que não necessita, e deixa em segundo plano o que necessita. Ele busca dinheiro, bens e nunca está satisfeito com o obtido e vai em busca de mais, tornandose escravo do trabalho e não desfruta da Paz de espírito a que Salomão se refere (DEUS) O que adianta possuir fortuna se não desfruta em plenitude de vida e sim "vaidade debaixo do sol"
Graça e Paz