terça-feira, 4 de novembro de 2008

O TABERNÁCULO DE MOISÉS


INTRODUÇÃO

Os cerimoniais mosaicos foram durante muito tempo na história, um enigma para muitas gerações. O Tabernáculo levantado por Moisés era apenas uma sombra imperfeita de algo mais glorioso que ainda estava para ser manifestado aos homens, por meio do Novo Pacto em Jesus Cristo. Em Hebreus 10.1 lemos: “...tendo a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas...”. Hoje graças à bondade e amor de Deus revelado na obra redentora de Cristo, temos a revelação fiel e verdadeira do verdadeiro significado do tabernáculo, como de toda tipologia bíblica do Antigo Pacto: “O mistério que esteve oculto durante séculos e gerações, e que agora foi manifestado aos seus santos” (Colossenses 1.26).

Estudar o tabernáculo é praticamente estudar a nossa doutrina cristã em sua dimensão e profundidade, é entender o plano salvívico e redentor de Deus para toda a humanidade, através dos oráculos de Javé antes revelado a Israel, em sua lei, com toda sua simbologia e ritualística. Tudo o que ali era praticado apontava para Cristo. Cada utensílio em particular, bem como o seu manuseio e ornamentação da Tenda da Congregação nos revela a excelência da revelação dos mistérios de Deus em Jesus Cristo manifestado nos evangelhos e na doutrina dos apóstolos a sua igreja.

Portanto o Tabernáculo, construído por Moisés no deserto, deixou profundas lições para a igreja, tanto através da rica tipologia dos seus objetos, como também pelo significado espiritual do sacerdócio, dos sacrifícios e das celebrações.

O TABERNÁCULO

REFERÊNCIAS BÍBLICAS:

Êxodo 40:1-16, Êxodo 25:1-9

O QUE ERA O TABERNÁCULO E QUAL A SUA FINALIDADE


O Tabernáculo era uma grande tenda coberta com pele de animais, geralmente de cabras e de golfinhos. Por dentro havia um cortinado de linho fino branco retorcido e objetos de prata, ouro, bronze e madeira de acácia para culto e cerimônia, todos organizados e postos em lugares e posições especifica de acordo com sua ordem cerimonial.

Quem projetou a planta do Tabernáculo foi Moisés, segundo o modelo que Deus havia lhe mostrado no monte (Êxodo 25.9 e Êxodo 26.30).

O Tabernáculo era uma estrutura móvel, adaptada para a comunidade judaica nômade que vivia no deserto a partir da saída do Egito rumo a Canaã e servia como templo de culto, sacrifício e adoração. Era desmontável e portátil. Ficava no meio das doze tribus de Israel, e era cercada com um muro de peles de animais, e tinha uma tenda fechada dentro onde somente os sacerdotes da ordem levítica tinham acesso. O povo ficava somente no pátio.

Nessa tenda eram realizados os sacrifícios de animais pelos pecados do povo, “a expiação”. Incenso aromático era queimado, e o nome do Senhor era invocado e adorado pelos levitas e todo o povo. Ali estava dentro do Santíssimo, a arca da aliança contendo as tábuas da lei, a vara de Arão e o pote com o maná, ou propiciatório onde estava representada a presença santa do Senhor, no meio de seu povo, onde somente o sumo-sacerdote uma vez por ano podia entrar e oferecer culto a Deus.

O Tabernáculo também era conhecido como Tenda da Congregação ou do encontro, porque ali o povo se congregava para se encontrar com seu Deus (Lv 1.1; Ex 33. 7-11); e santuário devido à presença santa do Senhor que habitava nele. (Ex 25.8).

CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO


Suas principais partes eram:

a) A CERCA: Uma cerca com 60 colunas de bronze, do qual a congregação dos filhos de Israel estavam separados.

b) O PORTÃO DO ÁTRIO: Constituído por uma grande cortina de linho fino representado nas cores azul, carmesim, púrpura e branco sustentado por quatro colunas.

c) O ÁTRIO: Um pátio descoberto e cercado de alpendres. Êxodo 27.9-19; 38.9-20

d) A TENDA: Estrutura ou cobertura feita com peles de animais marinhos e carneiros.

e) O SANTO LUGAR: Um compartimento do Tabernáculo antecedente ao santíssimo, separado a este por um véu aonde estavam o candelabro e a mesa dos pães da preposição.

f) O SANTO DOS SANTOS: Além do véu da separação estava o santo dos santos, lá ficava a arca da aliança, onde somente o sumo sacerdote tinha acesso. Lugar de adoração, onde estava à presença de Deus no seu santo trono entre os querubins.

Seus principais utensílios eram:

a) O ALTAR DE BRONZE – Êxodo 27.1-8; 38.1-7. Onde eram oferecidos os holocaustos pelo pecado do povo.

b) A BACIA DE BRONZE – Êxodo 30. 17-21; 38.8. Onde o sacerdote se lavava para em purificação para entrar no santo lugar.

c) O REPOSTEIRO – Êxodo 26.36-37. A cortina de entrada da tenda.

d) A MESA DOS PÃES DA PREPOSIÇÃO – Êxodo 25.23-30. Nessa mesa estavam os doze pães, que eram comidos pelos sacerdotes nos sábados e substituídos no mesmo dia.

e) O CANDELÁBRO DE OURO – Êxodo 25.31-40; 37.17-24. Era um castiçal de sete braços, onde eram acesas com óleo as suas lâmpadas que ficavam sempre acesas durante todo o dia.

f) O ALTAR DO INCENSO – Êxodo 30.1-10; 37.25-28. Ficava diante do terceiro véu. Era uma peça de madeira revestida em ouro. Nesse altar o sacerdote queimava em adoração o incenso aromático diante do Senhor.

g) A ARCA – Êxodo 25.10-16; 37. 1-5. Feita em madeira e revestida em ouro, tinha dois querubins em lados opostos com suas asas apontando para o centro do propiciatório. Ali o sumo-sacerdote aspergia sangue sobre suas pontas e invocava a presença de Deus adorando-o e intercedendo pelo povo.

Esse conjunto formava o que se chamava Tabernáculo.

O SIMBOLISMO DO TABERNÁCULO

A CERCA : Havia uma cerca com 60 colunas de bronze, do qual a congregação dos filhos de Israel estavam separados. Isto significa a separação de Deus dos pecadores, devido a sua santidade (Êxodo 38.10-15,19.31; Isaías 59.2).

O PORTÃO DO ÁTRIO : Suas quatro colunas representavam a Terra e a sua plenitude pela sua numerologia, ou seja, os quatro cantos da Terra, pois todos teriam a oportunidade de se chegar a Deus (Jo 3.16). As cortinas representadas por suas respectivas cores apontavam para os quatro aspectos da messianidade de Cristo revelada nos quatro evangelhos sinóticos.

A cor púrpura significa a realeza de Cristo conforme a profecia de Zacarias 9.9, onde o evangelista Mateus começa seu livro provando sua linhagem real da casa de Davi, e que por 14 vezes o chama de Filho deste mesmo rei Davi.

A cor carmesim, a cor do sangue nos aponta a revelação do servo sofredor, o Cristo que veio para morrer na cruz segundo Isaías 53. Este evangelho não nos relata a sua genealogia devida enfatizar seu aspecto do Messias servo que veio para servir.

O linho branco. Aponta-nos para a revelação do Messias em seu caráter justo. É o evangelho de Lucas, o evangelho do Filho do homem.

A cor azul nos revela o caráter celestial do Messias, como o Filho de Deus pré-existente, o verbo divino que é o próprio Deus manifestado em sua encarnação tão enfatizada no evangelho de João (João 1.1-18).

O ÁTRIO: No átrio havia uma porta (Jo 10:9), mostrando que existe apenas uma porta um único caminho para Deus, e esta porta é o Senhor Jesus.

Nesse átrio encontramos:

a)O altar do holocausto(Jo 1:29), mostra o sacrifício perfeito a redenção de Cristo. Este utensílio aponta para a cruz, onde o cordeiro santo foi imolado como sacrifício para nos remir de todo pecado.

b)O lavatório ou Bacia de Bronze (Jo 4:13, 14), as águas que limpam e purificam, mostra o Cristo purificador, também simboliza a Palavra de Deus purificadora (Jo 15.3, Tg 1.21-24), o bronze simboliza a justiça de Deus pela sua santa Palavra.

No átrio recebemos a Cristo, onde somos por meio de sua palavra e de seu sacrifício purificados e habilitados a entrar na presença de Deus no santuário.

A TENDA: Aponta-nos para a Igreja do Senhor Jesus, como sendo o seu corpo vivo que são a congregação dos seus remidos e santos, onde é feita a morada do Senhor (I Co 6.19).

O SANTO LUGAR: No Santo lugar, encontramos:

a) o candelabro de ouro (Jo 9:5), Representa a direção de Cristo em nossas vidas pelo Espírito Santo em nós. O candelabro é ligado por uma cana de ouro batido que representa a obra perfeita de Cristo no número 7, onde estão acessos os sete candeeiros que representam os sete aspectos perfeitos do Espírito Santo (Ap 1.4, 13; Is 11.2).

b) a mesa dos pães (Jo 6:35), Simboliza a comunhão do corpo de Cristo nosso alimento, representado nas doze tribos de Israel e nos doze apóstolos da Igreja, ou seja a comunhão de Cristo com todo o seu povo, Ele é o pão da vida, o maná que mata por definitivo a nossa fome espiritual;

c) O ALTAR DO INCENSO (Jo 14:6). Representa a oração dos santos, que chega a presença de Deus como incenso aromático (Ap 5.8) e também mostra que Cristo é o nosso mediador, ou melhor o único mediador.

O SANTO DOS SANTOS: Neste lugar santo e especial estava à arca ou propiciatório que tipifica a presença de Deus no seu santo trono glorioso entre os querubins com seu povo santo (Êxodo 25.22) onde o Deus filho, Jesus Cristo a verdadeira arca da aliança veio como Emanuel para habitar entre os homens (Mateus 1.23) e hoje habita conosco na presença do Espírito Santo (João 14.16). No Santo dos Santos encontramos a arca da aliança, que é o Senhor Jesus (Jo 10:30), somente o sumo sacerdote entra no Santo dos Santos. Para termos acesso ao Santo dos Santos devemos adorar ao Senhor, lá é um lugar de adoração, é a Sala do Trono (Ap 6:10-12, 5:12, 4:8-11).

O DINHEIRO DO RESGATE.


Êxodo 30.12-16, durante o recenseamento os adultos com mais de 20 anos deveriam oferecer cinco gramas de prata pelo resgate de suas almas, para que não esquecessem o resgate do Egito pelo Senhor que os resgatou da escravidão. Esse preço era único tanto para o rico como para o pobre, significando com isso que todas as almas da terra têm o mesmo valor perante o Senhor, e de que o preço da redenção de nossas vidas foi pago por Cristo com o único preço de seu sangue (I Pe 1.18,19). Essa prata era empregada nas despesas do santuário.