terça-feira, 27 de maio de 2008

JESUS FILHO DE DAVI (YESHUA BEN DAVID)


INTRODUÇÃO


O presente trabalho tem como objetivo provar a descendência davídica de Jesus Cristo. Serão expostas algumas passagens bíblicas e um embasamento teológico para a defesa de sua messianidade.


A DINASTIA DAVIDICA


Davi foi o segundo rei de Israel e Judá, sucedendo a Saul. Foi ungido secretamente por Samuel ainda na sua adolescência quando apascentava o rebanho de seu pai Jessé (I Sm 16.1-13). Foi manifestado publicamente mais tarde (2 Sm 2.4; 5.3). Fundou uma dinastia que durou 425 anos, poucos reinos conseguiram tal proeza. O último rei da dinastia davidica foi Tzidqiyahu ben Yo’shiyahu (O rei Ezequias filho de Jeconias). Depois do exílio outras dinastias que não eram da descendência de Davi, reinaram em Israel, como no caso dos Macabeus e Herodes.


PROMESSA MESSIÂNICA


Deus havia prometido para Davi que sua descendência reinaria para sempre (2 Sm 7.16). Sendo Deus fiel, não podendo negar a si mesmo velando pela sua palavra para cumpri-la. A genealogia era apenas contada com os entes do sexo masculino, as mulheres não eram citadas na árvore genealógica dos judeus. Portanto a descendência davidica de Jesus seria contada de Abraão, chegando a Davi, passando pelos reis de Judá, aos descendentes do exílio e pós-exílio até José e finalmente terminando em Jesus (Mt 1.1-17). Mas uma questão é levantada: Se Jesus era descendente de Davi, não teria que ser filho biológico de José?Melhor forma de explicar essa questão é nos voltarmos para as escrituras, no que tange a promessa do Messias, ou seja, de que forma ele viria ao mundo, qual seria sua missão e o caráter dela? E qual a sua natureza humana e divina.

a) Ele teria um nascimento virginal (Is 7.14), jamais poderia ser gerado pela semente do homem, pois caso contrário herdaria a natureza caída de Adão, o que impediria o caráter redentor de sua missão (Rm 5.12-21). Portanto partindo desse principio não podemos esperar ou exigir que o Messias tivesse um nascimento natural, pois estaríamos espiritualmente perdidos e condenados.

b) Ele é Emanuel, ou melhor, é o próprio Deus encarnado em forma humana, o verbo da vida (Is 7.14; Jô 1.1). Seu caráter divino o faz filho unigênito de Deus em essência, mas filho de José por nascer na casa de José filho de Davi.

c) Sua missão era redentora (Is 53). Teria um caráter terreno e celestial no que tange ao seu ministério na terra, seu sofrimento, redenção e sacrifício, assim como sua ressurreição e vida eterna.

d) Não poderia jamais ser gerado do sêmen de José, pois o Cristo é um ser pré-existente e o que é finito não pode gerar o que é infinito, e que é terreno não pode gerar o que é celestial. A criatura não pode gerar o criador (Cl 1.15-17; Jo 8.23 e 58).e) Ele era conhecido como sendo filho de José (Jô 1.45).

f) O próprio Jesus era consciente de sua linhagem davidica, de sua messianidade bem como de sua origem celestial como sendo pré-existente de essência divina. Jesus levantou uma questão interessante : “Que pensais vós do Cristo? De quem é filho?. Responderam-lhe: De Davi. Disse-lhe Jesus: Como, pois, Davi pelo Espírito, lhe chama Senhor dizendo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita até que eu ponha os teus inimigos por estrado de teus pés. Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é ele seu filho?” (Mt 22.42-45). Essa questão levantada pelo próprio Jesus, deixou não só os fariseus sem resposta, como qualquer um que interprete literalmente de forma carnal e meramente humana a messianidade do Cristo bem como uma compreensão pobre e terreal de sua ascendência davidica. Essa passagem dar embasamento para uma interpretação a luz do caráter espiritual de sua vinda, bem como da impossibilidade de ser gerado do homem, sendo então descendente de Davi por nascer na casa de Davi, mas não por ser gerado do sêmen natural de um de seus descendentes.

g) Os apóstolos reconheciam Jesus como sendo descendente de Davi (Rm 1.1-4)h) Davi era humano, e morreu; seu reino com o tempo acabou. Mas, de acordo com Isaías 9.6,7, o descendente de Davi, Rei-Messias, é divino, e seu Reino é eterno. Davi foi um "pai" temporário para seu povo; o Messias é um Pai imortal, eterno para todos os povos (SI 2.6-8; Lc 22.29).


CONCLUSÃO


Tudo deve ser analisado de acordo com o panorama bíblico, dentro de uma profunda analise hermenêutica, a luz do caráter da promessa messiânica segundo a forma usada por Deus para levantar o sucessor eterno no trono de Davi, afinal trata-se de uma promessa firmada no sobrenatural e no poder divino, o que não se pode esperar uma submissão à vontade humana de acordo com as expectativas terrenas meramente racionais.

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