terça-feira, 27 de maio de 2008

ANÁLISE CRÍTICA DE JOÃO 13.1-20


O capítulo começa com Jesus no cenáculo antes da páscoa ciente de que o momento crucial de sua missão havia chegado, e de que após cumpri-la estaria de volta ao seu reino eterno ao lado do Pai que lhe havia confiado todas as coisas.
Mesmo ante a toda oposição sofrida pelos que o rejeitaram, mesmo em sua presciência de saber que seria traído por Judas, e que por três vezes seria negado por Pedro ao cantar do galo, mesmo assim diante do abandono de todos, persistiu firme no amor e cuidado por todos eles até o fim de sua missão terrena.
Seu amor foi tão sublime, incondicional, verdadeiro, tão compassivo e transcendental, que mesmo ante a traição de Judas ele o chamou de amigo (Lucas, 26.50). Agora lhe restando pouco tempo com eles, preocupava-se em legar essa atitude de amor e humildade aos seus discípulos, pois a eles caberiam a fundação da igreja e a expansão do cristianismo que deveria cultivar essas duas virtudes principais como pilares da fé cristã.
Embora alguns interpretem ou adotem a atitude do lavar os pés como um dogma a ser seguido ao pé da letra e o faça disso um ritual cerimonial, essa não foi à intenção do Mestre do amor e o mais humilde dos homens.
O lavar dos pés era uma pratica dos servos e escravos, algo realmente humilhante não só para um homem livre como principalmente para alguém de posição social superior, ninguém ali no cenáculo exceto Jesus tomaria tal atitude, até mesmo porque antes eles discutiram sobre quem tomaria o lugar de maior destaque e honra no reino de Cristo (Marcos 9.33-37).
Mesmo em sua condição de Mestre e Senhor, Jesus da o exemplo de humildade, rebaixando-se a condição de servo ao lavar aos pés daqueles que eram menores que ele. Refletindo com isso um amor que é capaz de se auto-abnegar em favor de outrem, um amor auto-doador, livre das amarras do egoísmo e o do orgulho.
Portanto como cristãos temos a obrigação de seguir as pisadas do Mestre, pois o mesmo João disse em sua primeira encíclica: “aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou” (I João 1.6).
Hoje em dia preferimos a coroa de glória em vez da cruz, de todos os privilégios do reino sem nos sujeitarmos ao senhorio do Rei da Glória. Estamos dispostos a decretar, ordenar em vez de nos humilharmos diante da poderosa mão de Deus, incapazes de reconhecermos que tudo que temos e somos, o somos não por merecimento, mas por seu amor e graça. E por fim nos declaramos príncipes e reivindicamos todos os privilégios do evangelho, mas nunca nos declaramos servos com o dever de obedecer e servir aquele que é Senhor de todas as coisas e que nos amou e nos serviu primeiro (Filipenses 2.3-8).













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